A identidade de Jesus e o que Ele fez com ela: De filho rejeitado a Rei

Quando paramos para falar de identidade não podemos deixar de nos espelhar em Jesus. Qual o significado de identidade: Identidade é a qualidade de idêntico. É o reconhecimento de que o indivíduo é o próprio. É o conjunto de caracteres particulares, que identificam uma pessoa, como nome, data de nascimento, sexo, filiação, impressão digital etc.

Jesus tinha todos os motivos para ser um filho rebelde, e como costumamos falar; um filho sem identidade. Quantos de nós se tivéssemos nascido em uma manjedoura sem os cuidados básicos, com apenas a afirmação de uma mãe e tendo que acreditar na filiação dita pela mesma não teríamos todos os motivos para nos rebelarmos? Até mesmo para justificar tantas atitudes e escolhas erradas que tomamos. Mas Jesus já sabia quem Ele era antes mesmo de ter nascido. Não importava o que as pessoas falavam, a identidade de Filho estava em seu coração. Ele foi rejeitado e foi Rei. Foi adorado e crucificado. Nasceu em um lugar simples e teve três reis ao seu lado no mesmo tempo. Foi carpinteiro e Mestre. Mas Ele nunca permitiu que os julgamentos e acusações tirassem sua convicção e Identidade de Filho. Por que? Porque a nossa identidade é intransferível. Não importa o que eu faça. Não tem como mudar. Em primeiro lugar fomos gerados no coração do Pai.

Jesus tinha em seu coração a sua identidade porque ele reconheceu sua filiação. Quando eu estiver em crise, acreditando que não sou ninguém, que fui um erro, um acidente, um acaso, um descuido dos meus pais, então eu preciso voltar meu coração e tocar o coração do Pai, pois o início da minha história está nEle. Quando meu coração está em Deus não tenho crise de identidade.

Todos nós conhecemos a infância de Jesus. Como podia um menino simples, filho de carpinteiro ter tanto conhecimento? De onde vinha tanta coragem para entrar no templo com apenas 12 anos? Jesus sabia quem era e para que veio. Quando minha identidade está alinhada com o propósito do Pai para minha vida então estou vivendo a plenitude. Temos relatos de Jesus após os 30 anos, eu sempre me pergunto: o que Ele fez durante todo esse tempo? Sua adolescência, sua juventude? Quais foram as crises dele? Eu creio que Ele foi exatamente como eu e você. Com todas as questões, medos e crises, mas Ele tinha uma vantagem, Ele sabia quem era e pra que veio. Nós passamos nossa adolescência e juventude nos perguntando: O que vamos fazer? Qual profissão devemos seguir? Com quem vamos nos casar? Onde vamos morar? E às vezes esquecemos de fazer uma simples pergunta: Qual o propósito do meu nascimento? Por que Deus me escolheu? Se eu já sei que tenho uma identidade de Filha Amada, então o que o Pai tem em seu coração para a minha vida?

Jesus sabia que viria para morrer por nós. Digamos que é uma missão difícil. Para nós impossível. Mas Ele cumpriu o propósito. Imagina se Jesus tivesse tido uma crise de identidade e não tivesse ido para a cruz? O que seria de nós? Ele continuaria sendo Filho, mas o propósito não teria sido cumprido. Jesus viveu seus 33 anos em plenitude. Ele não tinha um vazio porque Ele estava no caminho, Ele sabia o que precisava fazer, Ele não recuou, Ele não negociou limites, Ele teve medo, mas Ele foi até o fim. Não justificou seus medos dando liberdade para desistir.

O que muitas vezes eu e você fazemos? Temos medo, negociamos limites, pecamos e cremos que nossa identidade  de filha foi apagada. Nosso DNA é único. Por mais que eu não cumpra com o propósito eu continuo sendo filha. A diferença é o vazio que sentimos. Essa sensação de estarmos fazendo a coisa certa, andarmos para os lados tentando encontrar algo que preencha nosso coração.

Quando eu não estou alinhada à vontade do Pai eu fico vulnerável a viver o que me oferecem. Jesus não só sabia de seu identidade, mas de seu chamado. O que eu fiz com o que fizeram de mim na infância? Eu sou responsável pelas minhas escolhas. Jesus sabia que era a fonte de vida. Eu tenho sido fonte de vida? Ou tenho usado muletas com meu passado? Precisamos nos posicionar e entender quem de fato somos e o que o Pai quer de nós, pois só assim iremos parar de correr atrás de tudo e todos. Achamos que somos livres para nossas escolhas, quando na verdade somos escravos de nós mesmos.

Vivemos no nosso próprio cativeiro, criado e construído por nossas mazelas e tristezas. Achamos que somos adultos e colocamos a culpa em tudo e em todos quando na verdade somos os únicos responsáveis por onde estamos trilhando. Não importa se fui abusada na infância, se fui rejeitada por meus pais, nada é mais forte do que o que encontramos no coração dAquele que nos criou. Se o Pai não tivesse sonhado comigo e com você então nem um acidente, ou um erro teriam o poder de nos gerar. Precisamos parar e olhar para o coração do Pai para que encontremos o descanso que só Ele tem.

Quando eu tomo a decisão de sair do meu cativeiro e entrego o controle para Aquele que me criou, eu começo aos poucos uma nova história. O Pai vai moldando em meu coração a minha identidade de filha. E na medida em que vamos avançando cada processo, essa identidade fica cada vez mais convicta dentro de mim, só então podemos chegar diante do Pai e perguntar o que Ele quer de nós. Porque nada do que Ele me peça por mais difícil que possa parecer irá me fazer recuar, pois eu sei quem sou em Deus e para que fui criada.

O Pai nos gerou para que vivêssemos uma vida plena. Jesus viveu seu ápice de plenitude na Cruz. Quando enfim cumpriu seu propósito. Para muitos Jesus foi apenas aquele que morreu numa cruz, mas para nós Ele é um exemplo de Filho que obedeceu, chorou, e foi até o final. Levando junto com Ele naquela cruz eu e você.

A identidade dele foi sendo fortalecida na medida que Ele tinha intimidade com o Pai.

Quem eu tenho escutado? A quem tenho dado meu coração? Preciso entender que minha identidade está na minha intimidade com o Pai. Nossa plenitude só começa através da nossa morte. “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” Mt. 3.17

Por: Maiara Hellmann Neves – Missionária voluntária Missão Avalanche – Vitória -ES