
Normalmente o discipulado é compreendido como um período de ensino bíblico. Erro básico! O discipulado implica em um processo educacional de vida, em que discípula e discipuladora construirão uma jornada, cujos princípios fundamentais são a identidade e a identificação.
A identidade enquanto manifestação do ser pelo comportamento mediante os diversos papeis sociais, deve ser resignificada a partir da conversão. Mas, cada ser humano apresenta, no mínimo, três aspectos de existência: o universal, que nos caracteriza enquanto espécie (ser humano), o particular, que está diretamente relacionado à identidade (grupos de pertença) e o singular, que é único enquanto história de vida que cada um desenvolve.
Discípula e discipuladora, então, deverão caminhar no desafio da experiência da relação interpessoal de forma a que sua convivência promova o crescimento mútuo de sua imagem e semelhança de Deus, nesses três aspectos. O desafio maior está no aspecto particular, pois os diferentes grupos de pertença (por faixa etária, profissão, etapa do ciclo de vida da família, etc.), é que permitem a maior ou menor identificação e, consequentemente, a empatia necessária para que ambas se percebam como parceiras e consolidem o amor incondicional entre si.
Os diferentes papeis sociais na família devem ser compreendidos como o exercício primeiro e maior do que deverão desempenhar na sociedade, da manifestação da marca do feminino enquanto integração de grupos: avós – conselheiras sábias, pela experiência maior já vivida; esposas – co-provedoras de materialidade e moralidade junto ao masculino; mães – educadoras dos mais novos, manifestando o que é o feminino para os filhos e filhas; tias – educadoras auxiliares; filhas – aprendizes do viver correto, da manifestação do feminino em seus diversos papeis; netas – sementes do feminino, aprendizes da existência junto às sábias avós.
Assim, é fundamental que haja a integração entre o conhecimento bíblico e a realidade contextual da vida prática, cultivando-se e preservando-se a liberdade responsável de decisão da discipulada junto à autoridade humilde da discipuladora; uma vez que o objetivo em comum deve ser o bem estar integral de ambas para a manifestação do Reino. O resultado? Vida em abundância, para ambas, para o povo de Deus, para a posteridade.
Por: Paula Coatti