Família: base de uma sociedade em harmonia

Antes de nascer a criança já tem um papel a ser ocupado no seio familiar e que é delineado na formação de sua identidade: na escolha do nome, no preparo do ambiente e nas expectativas quanto ao seu nascimento e desenvolvimento. A dependência do outro não se dá somente nos anos iniciais de vida, mas no decorrer de todo o desenvolvimento; e compete à família ensinar os conceitos necessários para a estruturação de sua identidade, o que vai determinar sua forma de interação social. Vamos aqui listar alguns conceitos que acreditamos serem imprescindíveis.

O sentimento de pertencimento é indispensável para todos. No decorrer do seu desenvolvimento a criança obterá da família indícios de ser ou não aceita em seu meio; ao sentir-se amada e pertencente, mais segura estará para desenvolver relacionamentos sociais saudáveis.

Responsabilizar-se pelos próprios atos é direito e obrigação. A sociedade precisa de cidadãos conscientes de seus papéis, respeitando os limites existentes entre o eu-outro, o público-privado, hierarquias, etc. Quanto mais as crianças são ensinadas a conhecer e respeitar suas próprias limitações, menos frustrações terão ao se depararem com a limitação alheia, respeitando e responsabilizando-se em prover um ambiente assertivo.

Cabe à família ajudar seus membros a desenvolver uma identidade altruísta, assim terão maiores recursos para solidarizarem-se diante da necessidade do outro. Jesus falou: “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão” Lc. 6:38 pp. Ensinar sobre o “dar e receber” faz com que o indivíduo desenvolva a solidariedade e a humildade. Parafraseando um provérbio português: “ninguém é tão pobre, que não possa dar, nem tão rico, que não possa receber”.

Salientamos também a necessidade de se ensinar e viver a gratidão. A família que ensina seus membros a serem gratos por tudo o que são e possuem adquire o sentimento de contentamento, tão importante para que não seja levada a invejar o que é do outro, o que pode gerar ingratidão. “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” I Ts. 5:18

Para finalizar, enfatizamos a importância do amor. Em Fl. 2:1 o apóstolo Paulo fala sobre “entranhados afetos e misericórdias” inseridos num ambiente onde há exortação, consolação e comunhão em Cristo, munidos de um sentimento de amor. Podemos aqui extrapolar para um entendimento da família constituída por “entranhas físicas e emocionais”. Um amor gerado “nas entranhas” tem a força para suportar as intempéries da vida e se tornar o ambiente de acolhimento, imprescindível na relação familiar, tornando-se um “porto seguro” para seus membros. Que o Espírito Santo nos ilumine ao ponto de abençoarmos nossos amados aplicando os ensinos da Palavra de Deus.

 

Abizail G. Madeira Dias do Nascimento, esposa do Pr. Gildazio Dias do Nascimento, mãe de Guilherme, Leticia, Natalia e Érika (nora). Congrega na Igreja Adventista da Promessa de Vila Nhocuné – São Paulo. Psicóloga clínica e psicopedagoga.