Honrada na fidelidade e perseverança

“Não insistas comigo que te deixe e não mais te acompanhe. Aonde fores, irei, onde ficares, ficarei. O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus.” Rute 1.16

 

“Sogra boa é a que mora longe”… já ouviu essa expressão absurda? Provavelmente foi criada por alguém que não conheceu a fascinante e inspiradora história de Rute e sua sogra Noemi. 

Rute, a jovem moabita que se casou com um rapaz de nacionalidade, crença e costumes diferentes dos seus, com poucos anos de casada se vê viúva, sozinha com sua sogra e sem condições de prover seu sustento. 

Noemi, com avançada idade e deprimida pela perda do marido e filhos, decidiu voltar para Belém, sua terra natal, e insistiu com a nora que ela voltasse para a casa de seus pais e tentasse constituir uma nova família dentro da sua parentela – o que seria perfeitamente possível, já que era jovem e não tinha filhos. No entanto, Rute decidiu permanecer na família que a acolheu e servir ao Deus que lhe fora apresentado.

Quantas vezes nos sentimos inseguras diante das perdas, sem forças para nos reerguer, sem conseguir enxergar uma direção, uma luz no fim do túnel? Noemi se sentia assim. Talvez Rute também tenha sentido uma certa insegurança diante dessa sua nova realidade. Era uma mulher, forte e corajosa sim, mas também frágil e limitada, como qualquer uma de nós.

Imagine, naquela época, as dificuldades que essas duas mulheres teriam pela frente sem um homem que as protegesse e lhes fosse provedor. Sim, elas passaram por situações terríveis de perdas e incertezas, mas precisavam recomeçar.

Contudo, o Deus a quem Rute decidiu entregar sua vida, ao qual chamou de “meu Deus”, jamais as desampararia.

Já em Belém, Rute saiu em busca de alimento para ela e a sogra. Foi quando conheceu Boaz, dono dos campos onde pedira para colher espigas. Ele era um homem bom, íntegro e de muitas posses. Coincidentemente, era parente de Elimeleque, marido de Noemi.

Boaz casou-se com Rute, assumindo, como resgatador[1], a responsabilidade sobre ela e Noemi. Tiveram um filho, Obede, que foi avô do rei Davi, de quem descendeu nosso Rei Jesus Cristo.

É, minha amiga, Deus honrou a fidelidade e a coragem de Rute reconstruindo sua vida e mostrando, através da sua história, o cuidado e amor que dispensa àqueles que entregam suas vidas a Ele.

Que essa linda história possa nos inspirar a não desanimar diante das lutas, das dores e feridas causadas pelas perdas sofridas. Pois o Deus de Noemi e Rute, o nosso resgatador, também tem cuidado de nós e já mudou a nossa história, através da Graça redentora de Cristo Jesus.

 

Diaconisa Mariluzi Dalava L. Sales é advogada, casada com o Presbítero Juraci M. Sales, mãe da Giulianna e da Isabella e congrega na Iap Santana – SP.

[1] Responsável pela proteção dos interesses dos membros necessitados de toda a família extensiva. Deveria resgatar terras, providenciar herdeiro para o irmão falecido, etc. (Bíblia de Estudos NVI)